domingo, 11 de novembro de 2012

Constelação


Sei que quando essas lágrimas escorrem, elas se tranformam em estrelas que brilham no céu, me guiando para que eu possa realizar esse sonho...



segunda-feira, 30 de julho de 2012

Avulso

    Talvez todos os textos comecem com uma ideia, mas eu não tenho uma ideia. Não acho que preciso ter. Eu só preciso dizer o que sinto. Eu sei que hoje uma ideia vale mais que um sentimento, mas quero ver quem vai me obrigar a adotar isso na minha perspectiva de vida. Algumas idéias trazem dinheiro; alguns sentimentos trazem sabedoria, trazem segurança para acordar e enfrentar a vida lá fora. Eu sei que de algum modo está tudo de cabeça pra baixo. As vezes eu me incomodo, as vezes dou risada, as vezes xingo. Não dá pra ser uma coisa só o tempo todo. O próprio tempo de que estou falando não é uma coisa só. O ano tem quatro estações, mas as vezes chove quando é verão e faz sol no inverno. E por que eu deveria sorrir sempre ou chorar sempre? Me obrigue!
    Na verdade eu também não tenho um assunto. E por que eu deveria ter? As pessoas andam falando por aí sem dizer nada. Andam falando sobre tudo como se fossem críticas literárias, juízes de futebol, cinéfilos profissionais e sei lá mais o que. Em alguns casos, há mais crítica do que conteúdo. Há mais gente contra do que a favor. As pessoas estão acostumadas a encontrar defeitos, mas não apontam soluções. As qualidades que se danem também, ninguém precisa delas, só quem critica é que tem qualidades. Que porra é essa?
    Falei coisa feia? Ops, esqueci do preconceito linguístico!
    E você deve estar me criticando por eu também estar criticando sem apontar as soluções, mas aí vai: EVOLUA. Apenas isso. Não só intelectualmente, mas MORALMENTE. A sabedoria não é feita apenas de ciência ou de preceitos morais. A sabedoria é um conjunto de conhecimentos e sentimentos que você adquire enquanto se torna uma pessoa melhor. E já que virou lição de moral, fique sabendo que uma pessoa melhor é aquela que, não só aprende com os próprios erros, mas com os erros dos outros também. É aquela que observa sem inércia, com consciência do seu potencial de ação. Todos nós somos capazes de mudar aquilo que não está do jeito que deveria ser. Grandes ações compõem-se de ações menores – não digo pequenas, porque toda ação que leva a uma mudança, é uma grande ação, mesmo que a mudança pareça pequena. Talvez você não tenha consciência, mas para que ocorra uma mudança são necessárias várias ocorrências de variadas naturezas, não importa se seja mudança de natureza física, química, moral, intelectual, material, espiritual, psicológica, ou várias ao mesmo tempo. Assim como, sem se dar conta, seus órgãos vitais estão trabalhando em conjunto para que você esteja vivo e respirando agora, enquanto lê isso. Portanto, não ache que uma ação pequena aos seus olhos não contribuirá para uma instância maior. O todo é feito de partes.
    Para que seja possível tudo isso, aqui vai uma dica: PERMITA-SE! Você nunca vai conseguir se disser a si mesmo “Não consigo”. Seja flexível com você, se dê uma chance, diga: “Eu posso” e você fará. Quem não dá o primeiro passo não consegue chegar no topo.
    E por que EVOLUIR seria a solução? Porque se você passar a se ver e ver o mundo à sua volta de outra forma, você passará a ser mais flexível com si mesmo e com as outras pessoas. Você não terá preconceitos com gays, se entender que toda forma de amor é pura  e melhor que a guerra. Você não terá preconceitos com negros, se entender que o mundo é de todos. Você não terá preconceito linguístico, se entender que a função da língua é a comunicação e que sem comunicação a vida em sociedade não seria possível e não existe o certo e o errado, existe um padrão culto e um padrão informal, cada um para cada ocasião e ninguém é obrigado a se expressar sempre de forma padronizada. Você não fará parte dos que praticam a ditadura da magreza se entender que o corpo é matéria e que matéria se decompõe. A essência é o que vale. Você não ficará depressivo se entender que as vezes a gente perde, as vezes a gente ganha, e não podemos parar nunca, porque cada obstáculo vencido é uma lição aprendida, que nos deixará mais maduros e nos levará a um futuro melhor. Você foi feito para ser feliz. Pense positivo sempre, atraia boas coisas para sua vida e não perca muito tempo chorando, porque cada segundo que passa é uma oportunidade de CONQUISTAR.
    E por favor, não critiquem o tempo todo. Leve em consideração a dedicação, o esforço, o desejo de quem produziu. Quem só critica não alcança nada, porque está muito ocupado procurando defeitos. Se acha que não está bom, pare de falar e FAÇA melhor. Crie, produza, aprenda com seus erros, e EVOLUA sempre. E se você for alvo de críticas também, paciência. Tire o que for construtivo e transforme em sucesso! O mundo é muito grande e o tempo é muito curto, mas as possibilidades, meu caro, são infinitas...

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Observação simples.

O mundo ficou maior. Ou menor, sei lá.
Há tanta coisa pra falar, pra pensar, pra debater. Há tanto espaço, tanta informação. O tempo diminuiu. Não só o tempo de conexão entre dados, pessoas e lugares, mas também o tempo de viver. Vejo constantemente pessoas reclamando que não têm tempo de fazer coisas tão simples, mas passam o dia inteiro nas redes sociais. Até que ponto vale a pena documentar todos os fatos do seu dia-a-dia, quando na verdade, você está deixando de se entregar completamente à vida para ficar postando?
Outra coisa que tenho percebido é que as redes sociais estão fazendo com que as pessoas busquem ser melhores. O difícil é saber se é verdade, ou se estão fazendo isso para deixar suas páginas mais interessantes. Além da preocupação com as questões sociais, as pessoas estão passeando mais, se divertindo mais, participando de novas atividades para terem o que postar diariamente em seus perfis. É bom que vivam também no mundo real, e não só no virtual.

Vejo as redes sociais como um grande fenômeno, que pode e deve ser analisado sob os ângulos filosófico, psicológico, educacional, etc.
O que não sou a favor é que as pessoas deixem de viver, em função disso. Ou que comecem a acreditar que são críticas de literatura, cinema, linguistas, juizes de futebol e comecem a expor sua opinião exagerada e infundamentada sobre tudo.

Na verdade, todos podem e devem utilizar esse meio para evoluir, ficar conectado e receber e compartilhar informações e sentimentos. O que falta em grande parte dos usuários é apenas BOM SENSO.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

O sermão da Sexagésima


Gente na semana passada eu tive que fazer uma breve apresentação sobre O sermão da Sexagésima de Vieira. Confesso que na hora fiquei um pouco perdida porque não sabia por onde começar. Mas depois, o pensamento começou a fluir e eu gostaria de compartilhar com vocês um resumo das coisas que falei. São muitas as relações do sermão com a “Retórica” de Aristóteles. Tentem organizar os conceitos na mente de vocês :-)

1.       O que é sermão?
R: Resumidamente, o sermão é um discurso persuasivo com fins religiosos.
2            2.  Por que “Sermão da Sexagésima”?
R: O sermão da Sexagésima tem esse nome porque foi proferido no penúltimo domingo antes da Quaresma. Data de 1655 em Lisboa. 

A primeira coisa que se percebe ao término da leitura é que o Sermão da Sexagésima é um discurso que trata da arte de pregar, sendo, portanto, um METASSERMÃO. 

Conceito de metalinguagem - Quando você fala utilizando o próprio meio. Ou seja, no sermão da Sexagésima, Vieira apresenta sua teoria sobre a arte de pregar.

Relação entre Sermão e Retórica - A retórica é uma teoria do discurso persuasivo e Vieira constrói seus sermões com o objetivo de persuadir o público.

Quanto à estrutura, em “Retórica”, na parte XIII, “As partes do discurso”, Aristóteles diz: 

São duas as partes do discurso. É forçoso enunciar o assunto de que se trata e depois proceder à sua demonstração.

 Na primeira parte do Sermão, Vieira cita um trecho bíblico e vai desenvolvendo a análise dessa citação.

Vieira questiona os efeitos da palavra de Deus hoje e a causa do insucesso. De quem seria a culpa? De Deus, dos ouvintes ou dos pregadores? Após a análise, a responsabilidade é atribuída ao pregador e são levantadas hipóteses sobre tal responsabilidade.

Vieira critica o estilo dos outros pregadores contemporâneos que pregavam mal, pregavam sobre vários assuntos ao mesmo tempo e acabavam não pregando nenhum. Desta forma, os pregadores estavam agradando aos homens, e não a Deus.

Outra questão é levantada “Se a palavra de Deus é tão eficaz e tão poderosa, como vemos tão pouco fruto da palavra de Deus?”. A partir das respostas propostas por ele mesmo, percebe-se o uso da retórica e assim a pregação vai sendo desenvolvida. Só que Vieira não responde sem fundamentos, ele utiliza vários tipos de argumentação para provar suas perguntas. Ele sustenta essas argumentações com exemplos bíblicos, silogismos, sofismas, associações e paradoxos para fundamentar as questões levantadas. Ou seja, ele lança um argumento e vai analisando todas as possibilidades de contestação que o ouvinte poderia fazer.

Vieira mesmo chega a “defender” a argumentação, ao dizer: 

O sermão há de ser de uma só cor, há de ter um só objeto, um só assunto, uma só matéria. Há de tomar o pregador uma só matéria, há de defini-la para que se conheça, há de dividi-la para que se distinga, há de prová-la com a Escritura, há de declará-la com a razão, há de confirmá-la com o exemplo, há de amplificá-la com as causas, com os efeitos, com as circunstâncias, com as conveniências que se hão de seguir, com os inconvenientes que se deve evitar, há de responder às dúvidas, há de satisfazer às dificuldades, há de impugnar e refutar com toda a força da eloqüência os argumentos contrários, e depois disto há de colher, há de apertar, há de concluir, há de persuadir, há de acabar. Isto é sermão, isto é pregar; e o que não é isto, é falar de mais alto.

* Escritura com E maiúsculo = textos sagrados, a Bíblia
* A Argumentação pode ser encontrada o tempo todo no texto – passagens em Latim tiradas do Evangelho. (Os textos “dialogam” com o Evangelho)

Vieira ainda apresenta 5 opções de motivos para a palavra de Deus não frutificar: a pessoa, a ciência, a matéria, o estilo e a voz. Através das análises e das metáforas, percebemos a criação de um aspecto visual para o que ele está dizendo.

Em Retórica, Aristóteles diz assim:

 Convém, pois, visualizar as coisas mais na sua realização do que na perspectiva de virem a realizar-se.

A gente percebe essa “visualidade” no trecho:
Não nego nem quero dizer que o sermão não haja de ter variedade de discursos, mas esses hão de nascer todos da mesma matéria e continuar a acabar nela. Quereis ver tudo isto com os olhos? Ora vede: uma árvore tem raízes, tem tronco, tem folhas, tem varas, tem flores, tem frutos. Assim há de ser o sermão: há de ter raízes fortes e sólidas, porque há de ser fundado no Evangelho; há de ter um tronco, porque há de ter um só assunto e tratar uma só matéria; Deste tronco hão de nascer diversos ramos, que são diversos discursos, mas nascidos da mesma matéria e continuados nela; estes ramos não hão de ser secos, senão cobertos de folhas, porque os discursos hão de ser vestidos e ornados de palavras. Há de ter esta árvore varas, que são a repressão dos vícios; há de ter flores, que são as sentenças; e por remate de tudo, que é o fruto e o fim a que há de ordenar o sermão.
 Outro ponto importante a se destacar é o “jogo de palavras”, também presente na Retórica de Aristóteles quando ele fala em “elegância retórica”: 

Quanto ao jogo de palavras, este exprime não o que o enunciador efetivamente diz, mas o que resulta da mudança da palavra.

 O grande exemplo do jogo de palavras é o trecho:

Ah pregadores! Os de cá achar-vos-ei com mais Paço, os de lá com mais passos.
 (Paço = palácio/ passos = semeadores que saem de suas terras para semear pelas terras do mundo todo)

Para finalizar minhas observações (e não a discussão sobre a obra de Vieira), é possível relacionar a resposta final de Vieira com o conceito de fruição proposto por Roland Barthes em “O prazer do texto”.

Texto de fruição: aquele que põe em estado de perda, aquele que desconforta (talvez até um certo enfado), faz vacilar as bases históricas, culturais, psicológicas do leitor, a consistência de seus gostos, de seus valores e de suas lembranças, faz entrar em crise sua relação com a linguagem.

Trecho da resposta de Vieira: 

A pregação que frutifica, a pregação que aproveita, não é aquela que dá gosto ao ouvinte, é aquela que lhe dá pena. Quando o ouvinte a cada palavra do pregador treme; quando cada palavra do pregador é um torcedor para o coração do ouvinte; quando o ouvinte vai do sermão para casa confuso e atônito, sem saber parte de si, então é a pregação qual convém, então se pode esperar que faça fruto: Et fructum afferunt in patientia.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

Linguística - Conceitos importantes

A Antropologia Linguística e as contribuições de Franz Boas:

No início da Ciência Linguística, o papel cultural da língua não era considerado. Essa mudança de percepção ocorreu a partir dos estudos de Franz Boas, que compreendeu que para estudar uma língua era necessário deixar de lado a visão etnocêntrica. 

Segundo Duranti (Duranti:2001):
Se quisermos compreender o papel da língua na vida das pessoas, precisamos ir além do estudo de sua gramática e entrar no mundo da ação social, onde as palavras são encaixadas e constitutivas de atividades culturais específicas, tais como, contar história, pedir um favor, mostrar respeito, insultar[...]
Desta forma, a Antropologia Linguística veio para estudar o papel das línguas nas sociedades.

(...)Franz Boas postulava:
• A teoria dos universais lingüísticos (acreditava que existiam características comuns em todas as línguas).
• Discordava com o que dizia o determinismo lingüístico. Para Boas, as habilidades individuais não eram influenciadas pela cultura e aparentes diferenças lingüísticas não implicavam em diferenças cognitivas, mas em características próprias de cada cultura. Cita, para isso, a língua dos papua na Nova Guiné, que não contém símbolos lingüísticos para números maiores que 4, o que não revela, porém, uma inabilidade cognitiva de seus falantes, mas apenas uma característica própria da cultura em não necessitar do conceito.
• A linguagem categoriza o pensamento já existente, mas não o determina.
• Grande parte da construção da linguagem ocorre de maneira inconsciente.
• O falante não tem consciência da estrutura da língua que fala.

A hipótese Sapir-Whorf:
A hipótese Sapir-Whorf  mostra que a língua modela a representação do mundo de cada falante.Whorf formula, então, o princípio da relatividade linguística: há tantas maneiras de representar o mundo, de categorizar a realidade quantas são as línguas existentes. 

#Relativismo linguístico:

- As línguas são intraduzíveis;
- As línguas são únicas e incomparáveis;

Exemplos:

- Não há tradução para a palavra “saudade” em  inglês.
- Não há tradução em espanhol, russo ou italiano para a cor “azul”.
- Em espanhol, há “esquina” que significa canto interno e
“rincon” que significa canto externo. Somente com duas ou
mais palavras conseguimos representá-las em português.

Determinismo linguístico forte  x  Determinismo linguístico fraco:

- Determinismo forte: A linguagem determina o pensamento (É impossível haver pensamento sem a linguagem, já que ela o determina)

 - Determinismo fraco: A linguagem influencia o pensamento.

 Empréstimo linguístico
É a adoção de palavras pertencentes a outros idiomas. Exemplos: Pizza, mouse, outdoor, E-mail, shopping, hardware, software, bullying.

Tradução por empréstimo
É a aquisição de uma forma léxica ou locução de uma outra língua, através da substituição por uma palavra ou expressão com significação equivalente ou "ao pé da letra".
Exemplos: Ação afirmativa (Affirmative action), Cópia de segurança (Backup)

Lacunas lexicais x Lacunas conceituais

Lacuna conceitual ou Lacuna cultural: Quando, na tradução, ocorre divergência entre um conceito lexicalizado numa língua-fonte e uma língua-alvo.  O conceito "frutos secos", por exemplo, lexicalizado no Inglês por "nut", não é conhecido pelos falantes do francês e do alemão (CRUSE, 2004).

Lacuna lexical: Quando, na tradução,  ocorrem divergências denotativas ou conotativas. Esse é o
caso, por exemplo, do conceito "menino na terceira infância e na puberdade aproximadamente dos sete aos treze anos", lexicalizado no italiano por "fanciullo", e que,  no
Português brasileiro, por exemplo, aproxima-se do conceito "criança do sexo masculino", lexicalizado por "menino" e  "garoto".  
--> Não há unidades lexicais em uma dada língua que expressam um conceito lexicalizado em outra língua.

Referências

- Lingüística Histórica/Antropologia Lingüística: possibilidades interdisciplinares
Genésio Seixas Souza (UNEB)

- FIORIN, José Luiz. Língua, discurso e política. Alea [online]. 2009, vol.11, n.1, pp. 148-165

- A interlíngua da base lexical bilíngue REBECA - Ariani Di Felippo (DL/UFSCar)/Bento Carlos Dias-da-Silva (FLC/UNESP/Ar.)

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Em frente!

Aqui estou, vários meses depois. Novos sonhos, outras direções.

Acho que não conseguiria permanecer do mesmo jeito por muito tempo mesmo.

O que importa é que estou mais próxima de alcançar a liberdade para ser e fazer o que desejo... para viajar nesse maravilhoso mundo do conhecimento e me perder lá dentro, sem ter que voltar para "a dimensão da ignorância".

Aprendi muita coisa nesse tempo. Grandes lições. Mas agora essa correria está me matando. Estou com saudade de deitar na cama e ler um livro, sem ter hora pra acabar. Falta muito pouco! Estou feliz por tudo que tenho, tudo que vivi, tudo que vi. Tudo que aprendi. Tudo que me fez sorrir. Mas agora é a hora de buscar coisas ainda melhores! Todas as coisas boas da vida foram feitas para mim (e para você também!)

Garota que Lê
 Lost in Chick Lit

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