segunda-feira, 16 de maio de 2011

História da Linguística

Uma boa parte da história primitiva do pensamento lingüístico ocidental é obscura ou controversa porque as fontes/ as origens se perderam no tempo. Apenas sabe-se que a gramática tradicional remonta à Grécia do SEC V a.C.

O estudo gramatical na Grécia teve três períodos principais:

1 - o que se iniciou com os filósofos pré-socráticos e os primeiros retóricos, e continuou com Sócrates, Platão e Aristóteles;

2 – O período Estóico;

3 – O período Alexandrino;

No SEC V a.C, a Gramática era uma parte da Filosofia, era uma parte dos questionamentos que os homens faziam, nesse caso, questionamentos relacionados à linguagem. Mas os Gregos já sabiam da existência de povos com línguas diferentes. Mas qual era, de fato, a relação entre o significado e a palavra? Alguns acreditavam na língua como Instituição natural, acreditavam que era natural a relação entre o significado de uma palavra e sua forma. Esses eram os naturalistas. Outros acreditavam em uma Instituição convencional, resultado do costume e da tradição. Eram os convencionalistas.

Crátilo, adepto da escola "naturalista", afirmava que a origem das palavras era necessariamente motivada pelas coisas que elas significavam. Tal concepção levou à prática da etimologia – (etymo – verdadeiro, real). Assim, investigar a origem de uma palavra e identificar seu significado eram ações destinadas a revelar uma das verdades da "natureza".

As especulações sobre a origem da língua e da relação das palavras com seu significado estimularam e mantiveram o interesse dos estudiosos durante séculos, partindo para a discussão sobre até que ponto a língua é regular.

A palavra grega para regularidade era “analogia”, e para irregularidade, “anomalia”. Daí nova disputa entre analogistas x anomalistas. (Marlene Silva Sardinha Gurpilhares, janus, lorena, ano 1, nº 1, 2º semestre de 2004 – P.4 )

Os analogistas esforçam-se por estabelecer modelos de referências para classificar as palavras regulares, nascendo aí o termo “paradigma”, incorporado à gramática. (Marlene Silva Sardinha Gurpilhares, janus, lorena, ano 1, nº 1, 2º semestre de 2004 – P.4)

Os naturalistas diziam que se a língua fosse realmente produto de uma convenção humana, não deveria ter irregularidades, e, se existissem, deveriam ser corrigidas. A partir dessa discussão, houve a distinção entre gramática descritiva (Como um grupo social fala e escreve) e a gramática prescritiva (como se deveria falar ou escrever).

Como conseqüência da disputa tem-se o reconhecimento de que toda língua é formada por regularidades e irregularidades, o que contribuiu para a sistematização da gramática e para os fundamentos da gramática moderna.

Contribuições de Platão: Platão fez a distinção entre substantivos e verbos, conceituando que substantivos funcionam como sujeitos de um predicado e os verbos são termos que expressam ação ou afirmam qualidade.

Contribuições de Aristóteles: Aristóteles criou o que seria o início das classes gramaticais, entre outras contribuições.

Os três principais ramos de estudo lingüístico que receberam atenção especial dos antigos gregos foram:

1) Etimologia – Pesquisa etimológica.

2) Fonética – Fizeram distinção entre vogais e consoantes, reconheceram a acentuação, introduziram o conceito de sílaba, separaram o estudo dos dons da fala de outros domínios da linguagem.

3) Gramática – Foi o campo em que se destacaram mais, e suas descrições foram mantidas através do tempo, até os dias atuais.

Período Estóico

A partir do período Estóico houve uma mudança no tratamento da língua, pois os Estóicos o espírito do homem seria uma tábula rasa, uma espécie de página em branco; no momento do nascimento, essa página começaria a ser “escrita” pelas experiências sensoriais e intelectuais do

homem. A língua seria a forma de expressão dessas experiências. Os Estóicos trataram da pronúncia, da etimologia e da gramática e fizeram pesquisas filosóficas e lógicas.

Período Alexandrino

O período Alexandrino teve início no século III a.C na colônia grega da Alexandria e foi diferente porque houve maior preocupação com a língua no âmbito literário.

Dois fatores contribuíram para seu interesse em estudar a língua como parte dos estudos literários:

(1) o desejo de tornar accessíveis aos contemporâneos as obras de Homero;

(2) a preocupação com o “uso correto” da língua (pronúncia e gramática) a fim de preservar

o grego clássico de corrupções.

(Marlene Silva Sardinha Gurpilhares, janus, lorena, ano 1, nº 1, 2º semestre de 2004 – P.5)

Nesse período, houve valorização da escrita e da língua falada, houve evolução na língua e o interesse pela Literatura.

Período Romano

Houve influência grega em todas as esferas da cultura romana. Dizem que as pessoas aprendiam a falar, a ler e a escrever grego tão bem quanto o latim. A semelhança entre as duas línguas levou os romanos a pensar que as categorias gramaticais criadas pelos gregos eram categorias lingüísticas universais e necessárias. Grandes nomes do estudo gramatical foram Donato (400d.C) e Prisciano (500d.C) e os melhores escritores foram Cícero e Virgílio.

Período Medieval

Nesse período, haviam manuais gramaticais baseados nos estudos de Prisciano e Donato. Cada região desenvolvia uma pronúncia própria.Os filósofos da época davam muita atenção ao estudo do significado.

Período da Renascença

Nesse período houve uma ruptura radical com a tradição escolástica. O grego passou a ter lugar de destaque e mais tarde o hebraico. A gramática era pretexto para a compreensão da literatura e pra escrever o “bom” latim. Também havia persistência da tradição clássica no estudo da língua e as regras gramaticais “derivam das tendências naturais da mente humana”.

O método comparativo na Linguística

Através desse estudo estabeleceu-se o parentesco entre as línguas, a partir da pressuposição da existência de correspondências sistemáticas. Esse estudo foi estabelecido por Jacob Grimm.

Os neogramáticos

Os neogramáticos interessavam-se por criar uma teoria de mudanças. Criaram leis fonéticas, acreditando que as mudanças se davam num processo de regularidade absoluta, isto é, as mudanças afetavam a mesma unidade fônica em todas as suas ocorrências, no mesmo ambiente, em todas as palavras e não admitiam exceções. Na verdade, as exceções eram apenas aparentes e explicavam-se por influência de algum dialeto ou analogia com padrões mais regulares (Lembra da criancinha da propaganda do Sustagen Kids que fala: “Eu gosti” em vez de “Eu gostei”??).

A Linguística comparativa é importante pelo reconhecimento de que a transformação das línguas não se dá simplesmente através do tempo, mas considera também fatores sociais e geográficos e que é possível as línguas “convergirem” ou “divergirem” com o tempo. Com uma compreensão mais precisa das relações entre língua e dialeto surge o ramo da lingüística chamado dialectologia ou Geografia lingüística. Os neogramáticos compreenderam que a língua é uma estrutura em que existem princípios regulares e irregulares que tendem a regularizar-se à medida que a língua vai sendo transmitida de uma geração a outra.

No próximo post ou falar sobre o Estruturalismo Linguístico. Bye!

Um comentário:

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